sexta-feira, abril 07, 2006

Umbanda - Caboclos e Pretos Velhos no Espiritismo parte I

Caboclos e Pretos Velhos parte I
por Alexandre Fontes da Fonseca
boletim do GEAE n° 507

(Respostas a algumas perguntas recebidas recentemente por e-mail sobre a comunicação mediúnica de espíritos que se identificam como "Caboclos e Pretos Velhos")

1 - "É admissível a entrada destes espíritos em uma casa espírita kardecista?"

Perfeitamente. Assim como todo encarnado é bem recebido quando chega à Casa Espírita, qualquer Espírito será atentido pelos amigos espirituais naquilo que necessitar. Além disso, todo desejo sincero de fazer o bem é muito bem recebido pelos Espíritos superiores que cuidam de criar oportunidades de estudo e trabalho a todos.

Os bons Espíritos jamais agem com preconceito com quem quer que seja. Assim, levando-se em conta que em nosso mundo todos os Espíritos possuem, em maior ou menor grau, diversas experiências e conhecimentos adquiridos em diversas encarnações, certamente que esses Espíritos que se apresentam como caboclos e pretos velhos possuem muita coisa de si mesmos para dar. Além disso, a espiritualidade superior os ajudará a perceber, como ensina a Doutrina Espírita, que o pensamento é a liguagem por excelência no mundo espiritual e que a forma e trejeitos no falar e agir são acessórios sem maior importância e que faz parte do progresso espiritual superar esses costumes sem perder o que tem real valor: o conhecimento e o sentimento.

Portanto, duas são as formas pelas quais espíritos de caboclos ou pretos velhos podem entrar numa Casa Espírita: para receber ajuda se ainda estiverem necessitados; ou para aprender coisas novas e ajudar no bem.

2 - "Como se comportar quando é permitido a entrada deles?"

Nossa postura deve ser para com eles da mesma forma para com todo Espírito que a espiritualidade permite se comunicar: respeito, atenção, carinho, amor, sincero desejo de ajudar.

Cuidado deve ser tomado quando transmitem mensagens ou orientações ao grupo: tudo deve passar pelo crivo da razão. Note que isso não é uma recomendação isolada para Espíritos de caboclos e pretos velhos. Isso vale para TODA comunicação mediúnica. Alías, isso não é uma recomendação exclusiva do Espiritismo. O apóstolo João em sua Epístola I, Cap. IV, vers.1 disse: "Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas que se levantarão no Mundo". Não há razão para agir diferente com os Espíritos de caboclos e pretos velhos.

3 - "Há algum problema em trabalhar junto com eles nos diversos setores de trabalho numa casa espirita, tais como desobsessao, levando em consideraçao que eles se apresentam sem nenhum de seus costumes de trabalho em outras doutrinas como umbanda ?"

Não há problema algum em termos Espíritos de caboclos ou pretos velhos na equipe espiritual que trabalha em nossa Casa Espírita. Do lado espiritual, os amigos espirituais responsáveis pela Casa Espírita cuidarão de providenciar o que for necessário a eles. No caso deles se comunicarem em nossas reuniões mediúnicas, não haverá problema algum desde que:

i) não consideremos suas mensagens especiais só por serem caboclos ou preto velhos; Todas as mensagens devem passar pelo crivo da razão, mesmo aquelas que pareçam ser de origem elevada.

ii) busquemos auxiliá-los através do esclarecimento quando sentirmos que ainda se sentem nas condições em que viviam em sua última encarnação. Por exemplo, esclarecer sobre sua natureza como Espírito; que teve outras encarnações e, portanto, possui maior bagagem espiritual; explicar que
humildade não significa manter uma postura exterior de hábitos e maneiras mas sim em atitude íntima de respeito por todos, já que somos todos irmãos com as mesmas capacidades e o mesmo destino maior que é o progresso. Se percebermos que algum Espírito está fingindo essa aparência, alertá-lo para com a responsabilidade de seus atos e, no caso de insistência, fazer uma prece por ele e pedir aos bons Espíritos que o afastem já que não deseja aproveitar a oportunidade.

Certamente que os bons Espíritos podem aproveitar os conhecimentos que eles possuem sobre os fluidos e como manuseá-los. Mas, mesmo nesse caso, a espiritualidade cuida de permitir que eles tenham acesso a maiores aprendizados pois o objetivo maior de todo trabalho espírita é o progresso nosso (encarnados) e deles (desencarnados).

Se puder procure as seguintes obras que tocam no assunto:

- Ary Lex, Pureza Doutrinária, Cap. IV;
- Deolindo Amorim, O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, Cap. III;
- J. Herculano Pires, Ciência Espírita, cap. IX;
- Manoel P. de Miranda, psicografia de Divaldo P. Franco, Loucura e Obsessão;
- Therezinha Oliveira, Coleção: Estudos e Cursos: Reuniões Mediúnicas, cap. 20.

Espero ter ajudado.
Um abraço fraterno,
Alexandre


1 Comments:

At 1:08 AM, Anonymous Anônimo said...

Olá,
Tenho uma dúvida!
Qdo uma pessoa resolve que não quer mais trabalhar com as entidades dela, por motivos pessoais, como decepção com as pessoas do espiritismo e simplesmente larga, abandona...Essas entidades podem dificultar a vida da pessoa, colocando barreiras para que ela peça arrego à elas?
Obrigada,
Ju

 

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