Ramatis
Há cerca de quarenta anos, surgiu, no Paraná, um médium até então desconhecido nos meios espíritas daquele Estado, por não militar na Federação ou em núcleos conhecidos.
Começou com algumas mensagens, recebidas sempre sozinho em sua residência, atribuídas a um espírito de oriental, cujo pseudônimo adotado foi Ramatis (foto). A que mais aceitação obteve foi “Magia de redenção”, já então preocupado o autor com os problemas da magia e com os habitantes de outros astros.
Seu livro “A vida no planeta Marte” foi um verdadeiro sucesso. Tornou-se a coqueluche de milhares de espiritualistas. Queriam os crentes saber se os marcianos tinham mãos como as nossas, nariz iguais aos nossos, escudos etc. Entende-se o sucesso, conhecendo-se a tendência à fantasia, comum em nosso povo. Já estavam surgindo os filmes de ficção.
Ainda, por cima, os livros de Ramatis foram escritos com redação boa, agradável seqüência, e, no meio dos absurdos, muitas noções exatas e conceitos interessantes.
Os livros de Ramatis passaram a ser muito vendidos e lotaram as livrarias e bibliotecas espíritas, praticamente do Brasil inteiro. Em muitos centros espíritas e federações, vendia-se mais Ramatis do que o total dos livros da Codificação! Diziam: “Kardec está superado, pois temos, agora, as novas revelações de Ramatis”.
Felizmente ainda existem pessoas equilibradas e que sabem analisar as coisas. J. Herculano Pires, esse brilhante sociólogo e jornalista, que brindou o mundo espírita com numerosos livros de valor, mantinha, no Diário de S. Paulo, durante muitos anos, uma coluna com o pseudônimo “Irmão Saulo”, lida por espíritas e não-espíritas. Herculano resolveu fazer uma oportuna campanha de esclarecimento, com relação aos livros de Ramatis, publicando numerosos comentários naquele jornal. Reconhecendo o valor intelectual de Ramatis, mas igualmente conhecendo o perigo das idéias exóticas, Herculano classificou-o como espírito “pseudo-sábio”. Realmente. “Perigoso não é o expositor ou autor que só diz tolices, vazadas em linguagem obscura, pobre, cheia de erros gramaticais e idéias pueris. Perigoso, sim, é o que expõe certo número de noções exatas, que usa argumentação brilhante, mas introduz, de permeio, idéias erradas e perigosas. Assim, tais idéias têm grande probabilidade de aceitação. É o que acontece com Ramatis”.
Vejamos o que diz “O Livro dos Médiuns” – pergunta 296 – Pergunta sobre os outros mundos: “Qual o grau de confiança que podemos ter nas descrições dos espíritos sobre os outros mundos?
R. – Isso depende do grau de adiantamento real dos espíritos que dão essas descrições. Porque compreendeis que os espíritos vulgares são tão incapazes de vos informar a respeito, como um ignorante o seria, entre vós, no tocante aos países da Terra. Formulais, muitas vezes, sobre esses mundos, questões científicas que esses espíritos não podem resolver. Se são de boa fé, falam a respeito disso, segundo suas idéias pessoais. Se são levianos, divertem-se a vos dar descrições bizarras e fantásticas, tanto mais que esses espíritos, tão imaginoso na erraticidade, como na Terra, tiram da própria imaginação o relato de muitas coisas que nada têm de real.”
Retrato perfeito de Ramatis, traçado cem anos antes…
Em cada ano, vinha um novo livro de Ramatis. Em 1962, “O sublime peregrino”, contando a vida de Jesus. A diretoria da Federação Espírita do Estado de São Paulo preocupada com o rumo que as coisas tomavam, solicitou à Comissão de Doutrina que fizesse um estudo minucioso e desapaixonado sobre esse livro. A comissão, da qual fazíamos parte, elaborou o seguinte parecer, que foi aprovado unanimemente pelo Conselho Deliberativo da Feesp:
“O livro em apreço apresenta algumas facetas interessantes e vários capítulos perfeitamente aceitáveis; todavia contém erros doutrinários clamorosos à luz do Espiritismo, como os contidos nos capítulos 4 e 5, que poderá semear a confusão nos meios espíritas. Admite a influência astral sobre as criaturas como força decisiva no seu destino (páginas 36 e 54); admite que os destinos estão traçados há muito tempo (pág. 56); e, pior que tudo, faz distinção entre Jesus e o Cristo, dizendo que o “Cristo Planetário” é uma entidade arcangélica, enquanto Jesus de Nazaré foi o seu médium mais perfeito na Terra (pág.62). Ramatis usa, constantemente, imagens e expressões católicas, como: arcanjo planetário, comando angélico, empreitada satânica, angelitude, coletividades satânicas, espíritos diabólicos, Salvador dos homens, atender à vontade do Senhor, a fim de redimir a humanidade, Jesus se glorificou pela sua própria morte sacrificial na cruz, carregava nos ombros frágeis a cruz das dores e do sofrimento de todos os homens etc. A todo instante, valoriza a influência dos astros, coisa jamais aceita por Kardec. Introduz conceitos orientais na interpretação da vida de Jesus.
Para que não haja confusões doutrinárias, considera a Federação que a leitura do livro só deveria ser feita por pessoas bem esclarecidas na Doutrina, com capacidade para extrair as noções boas da obra, escoimando-as das graves falhas à luz da Codificação, a fim de que se evitem os perigosos desvios doutrinários, uma vez que a obra não pode ser considerada de teor espírita por vir profundamente eivada de expressões não-espíritas, essencialmente esotéricas e católicas”.
fonte:
http://blog.duplavista.com.br/arquivo/ramatis
por Ary Lex
7 Comments:
Infelizmente, esta tal de pureza doutrinária parece ser mais importante do que a mensagem de amor ao próximo que resume toda a palavras de Jesus. Não há o menor sentido em censurar Ramatis nem querer discutir se está certo ou errado. Quem garante a qualquer um que não há imperfeições na comunicação de Kardec. Deixemos ao livre arbítrio de cada um resolver o que deve ler ou fazer. Foi Deus que nos deu este direito e ninguem póde revogá-lo.
religiao eh para os tolos...seja o bem...como todos os lideres de bem nos ensinaram: Jesus, Madre, Ramtis, Buda, Ogum...
Ingenuidade acreditar que a codificação de Kardec encerra todos os mistérios do cosmos. Deus em sua infinita magnifitude não aplicou toda a extensão de suas leis inexoráveis neste orbe que ainda se vale da matéria para as provações necessarias. Ramatís nos apenas um vislumbre da infinitude do universo, se apenas uma descrição da pluralidade de exixtências no sistema solar nos causa tamanho extranhamento quiçá imaginássemos o que há
nos cantos mais recônditos do universo. O espiritismo serve ao ideal de consolação e como qualquer religião é limitada, o crédito que negam a Ramatís é o que dão em excesso a Kardec, que foi um grande más apenas um codificador encerrado em toda a limitação da matéria.
nos cantos mais recônditos do universo. O espiritismo serve ao ideal de consolação e como qualquer religião é limitada, o crédito que negam a Ramatís é o que dão em excesso a Kardec, que foi um grande más apenas um codificador encerrado em toda a limitação da matéria.
qual olimite do espirito?
definilos sobres algumas indagações trasitoria seria o mesmo q definir o universo com nossa percepção ótica centado no quintal a noite.
mais o espirito e de essência divina e superior que se gradua conforme suas conquista e realiações.
malgrado e germe conciêncional lunar equivocadamente chamado de humano.com suas deliberações limitada, tentando definir os planos superiores com seus pontos de vista ja estabelecido como verdade inexoráveis.isso impede a alma de conhecer novas realidades,que fazem parte da sua natureza eterna.
SWAMI RAMATYS não traz nada de novo só lenbranças de nossos compromisso assumido no espaço,é compreêncivo q almas de caráter menos desenvolvidas sempre tem difilcudade em enteder as novas conficurações nesseçarias para sua liberação o mesmo aconteceu com JESUS.KRISNA.BUDDHA,E O PRÓPRIO KARDEC.porque seria deferente com RAMATYS?
mais irmãos isso é so querra de EGOS no fundo somos todos imorais falando sobre moralidade,VAMOS VIVER O EVANGELHO NA SUA E MAIS BELA PUREZA E DEIXAR ESSA COISAS Q SÓ ATRAPALHAM. NÃO VAMOS NOS CONTAMINAR.DEIXEM O MESTRE TRABALHAR E VAMOS FAZER NOSSA PARTE PORQUE NAQUELE NOMENTO CERTO SÃO APENAS NOSSOS FRUTOS Q IRÃO SER IMPORTANTE.HARE BOL
A Doutrina Espírita sofreu durante muitos anos a implacável crítica e a dura condenação da Igreja Católica, pretensa detentora da verdade. A história nos mostra que os oprimidos tornam-se em geral grandes opressores. As críticas e o preconceito de muitos "espíritas" contradizem a doutrina que eles pregam. Na realidade evidenciam ser neo-católicos reencarnados como espíritas que pregam a letra e não o espírito, pois consideram verdadeiro somente o que Kardec escreveu. O pentateuco espírita é a nova bíblia. Os postulados espíritas novos dogmas, em total contradição ao pensamento evolucionista e crítico de Kardec. Nada obstante, a verdade evolui e a humanidade caminha, indiferente à opinião dos pseudos-sábios e "detentores da única verdade". Aqui não me refiro somente a Ramatis, mas a todos os espíritos que continuam a trabalhar em favor da evolução da humanidade. As novas idéias são ridicularizadas quando surgem. Depois, são duramente combatidas por aqueles que temem a perda do domínio da verdade. Ao final são aceitas por eles e tornam-se a nova verdade. Essa é a história do pensamento humano. Muita Paz!
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