sexta-feira, dezembro 16, 2005

A utilização do Jogo de Búzios na Umbanda



Escutem algumas palavras, baixando o mp3 abaixo, sobre a utilização de búzios na Umbanda pelo nosso irmão e babalorixá JORGE:

"Utilização de búzios na Umbanda"
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Explicação sobre a Utilização de Búzios na Umbanda
fonte Jornal Umbanda Hoje ed. n° 21


BÚZIOS NA UMBANDA ?

Atendendo a um grande número de leitores que freqüentemente nos solicitam esclarecimentos sobre assuntos pertinentes a nossa Iluminada Religião, nosso enfoque versará sobre um tema que tem gerado grande incoerência, quando não confusão, frente às práticas umbandistas.
Por razões que não nos cabe agora enumerar, e que deixamos ao nobre leitor a tarefa de identifica-las, alguns indivíduos andam a difundir o Jogo de Búzios como sendo processo divinatório/adivinhatório pertencente a Umbanda.
Pois saibam, irmãos umbandistas que tal prática mítica e mística tem como berço o segmento religioso comumente conhecido como Candomblé.
Neste Culto Afro-Brasileiro, surgido a partir da interação religio-cultural entre as várias etnias do continente africano (Kêto, Gêge, Ijexá, Malês, Angola, Congo etc.), com predominância das nações de base lingüística Ioruba, quando o interessado deseja saber algo ou receber orientações, ordens, autorizações ou restrições em sua vida espírito-material, e bem assim aconselhar terceiro, é através dos Búzios (conjunto de pequenas conchas) que alcançará seu intento, vale dizer, o contato com as Divindades Africanas.
E este contato é necessariamente intermediado a nível extrafísico pelo orixá-mensageiro Exu, e a nível material pelo Babalorixá ou Yalorixá (sacerdotes-chefes dos Templos Candomblecistas), ou ainda pelo Babalawô (Iniciado nos segredo do oráculo).
Na Umbanda tal intermediação entre as Potências Cósmicas Inteligentes, nominadas também de Orixás, e o plano material, é implementada pelos vários espíritos que compõem a Corrente Astral de Umbanda, obedecendo ao Princípio da Hierarquia Espiritual, onde as ordens, solicitações, aconselhamentos, diretrizes etc., são enviadas pelos espíritos captaneadores de Linha ou Irradiação, passando pelos espíritos intermediários dos diversos níveis existentes, até chegarem aos Guias e Protetores (espíritos superiores incorporantes), que além de transmitirem suas próprias orientações, repassam aos consulentes mensagens dos espíritos hierarquicamente superiores.
Vê-se com isto que os métodos de contato com a Espiritualidade aplicadas pela Umbanda e pelo Candomblé são distintos, diferentes, cada qual tendo o seu valor e sua razão de ser dentro de tais religiões.
Aproveitando a oportunidade, elucidaremos sob nosso ponto-de-vista, determinado fato que vem acontecendo em alguns Templos Umbandistas, causando dúvidas e questionamentos.
Temos visto médiuns incorporados com Pretos (as)-Velhos (as) que quando são solicitados a expressar juízo de valor em questões levadas pelos assistentes, antes de darem tal ou qual resposta, abrem o jogo de búzios.
Diante de tal quadro, incoerente e completamente dissociado da ritualística umbandista, uma vez que as Entidades que laboram nos terreiros, por serem espíritos não necessitariam de oráculos para terem acesso a informações na espiritualidade, surgem indagações que merecem toda a atenção por parte daqueles que têm a visão voltada mais para a essência do que para a forma. Ante o exposto, inquirimos:
1. Será que o médium ao "abrir o jogo de búzios" está sob a intervenção de um(a) Preto(a)-Velho(a) ? ou apenas iniciativa sua (do médium), achando que sua atitude impressionará terceiros e o valorizará como sacerdotes ?
2. Em sendo um ato da entidade espiritual, fruto de vivências e encarnações passadas, será que a mesma (entidades) não esta ciente em se adequar e seguir as bases da religião, sob pena de não o fazendo, criar embaraços para o médium e para a própria religião ?
3. Se for um comportamento de um sacerdote sério, outrora candomblecista, e que por isto tenha sido iniciado no segredo do jogo, não seria sensato da parte dele, agora como umbandista, não adotar tal oráculo no Templo de Umbanda ?
4. Ou será um espírito mistificador, tentando através de tal comportamento alimentar confusão entre os membros da religião ?
Nós umbandistas de fato e de direito, não obstante sabermos que nossa religião não esta sujeitas a um conjunto de regras inflexíveis, destas que ao invés de libertarem consciências, tão somente as tornam obtusas e acorrentadas, temos necessariamente que trazer a público determinados comportamentos que fogem sobremaneira ao bom senso e a lógica presente em nosso segmento religioso.
Nossa postura deverá de sempre lutarmos pelo esclarecimento, difusão e enaltecimento da Sagrada Umbanda, árvore frutífera alimentadora do corpo e do espírito.
Salve o Conjunto das Leis de Deus (Umbanda) !!!